Marçal de Souza, Tupã-i. O Deus Pequeno

Marçal de Souza, ou Marçal Tupã-i, ou ainda Tupã-Y. (pequeno Deus) nasceu no Mato Grosso do Sul e em 24 de dezembro de 1920, foi assassinado em 25 de novembro de 1983, foi um líder da etnia guarani. 
Desde o início dos anos 70 denuncia a expropriação de terras indígenas, a exploração ilegal de madeira, a escravização de índios e o tráfico de meninas índias. Vítima de perseguições, em 1978 é expulso de Dourados pela Funai e volta a morar na aldeia Te'ýikue. Nesse ano, novamente transferido pela Funai, vai para a aldeia de Mbarakaju, em Antonio João.
Em 1980, é escolhido representante da comunidade indígena para discursar em homenagem ao papa João Paulo II durante sua primeira visita ao Brasil. Ele afirmou em discurso ao pontífice: 
           "Nossas terras são invadidas, nossas terras são tomadas, os nossos territórios são invadidos… Dizem que o Brasil foi descoberto. O Brasil não foi descoberto não, o Brasil foi invadido e tomado dos indígenas do Brasil. Essa é a verdadeira história". 
No mesmo ano, envolve-se na luta pela posse de terras na área indígena de Pirakuá, em Bela Vista. A demarcação é contestada pelo fazendeiro Astúrio Monteiro de Lima e seu filho Líbero Monteiro, que consideram a região parte de sua propriedade. Após diversas ameaças e agressões, em 1983, Tupã-y é assassinado a tiros no rancho de sua casa, na aldeia Campestre. Os acusados do crime, foram julgados somente dez anos depois, em 1993. 
Um pouco antes da sua morte Tupã-y teria dito: 
           "sou uma pessoa marcada para morrer, mas por uma causa justa a gente morre…".
Marçal de Souza, Tupã-Y, foi defensor incansável dos povos nativos da América do Sul e um dos líderes precursores das lutas dos guaranis pela recuperação e pelo reconhecimento de seus territórios ancestrais.
Foi também um dos criadores do movimento indígena brasileiro, tendo sido um dos fundadores e participado da primeira diretoria da União das Nações Indígenas (UNI), entidade que congrega indígenas brasileiros, fundada em 1980.
Tekoha - Ritual de Vida e Morte do Deus Pequeno: A sua resistência histórica na luta pela terra e direitos dos povos indígenas foi tema do espetáculo de rua Tekoha – Ritual deVida e Morte do Deus Pequeno, do grupo Teatro Imaginário Maracangalha.
É uma peça teatral que tem como base do roteiro as lutas de Marçal de Souza, o líder indígena guarani. O banguela dos lábios de mel, apelido carinhoso dado pelos irmãos índios, ao erguer o seu maracá, denunciava, incansavelmente, a situação precária e desrespeitosa em que viviam – vivem – os índios guarani. Denunciou a invasão de terras pelos fazendeiros, explorações e ilegalidades sofridas pelas populações indígenas.
Marçal ultrapassou fronteiras, tornando-se referência nacional, o porta voz dos índios do Brasil. Foi alvo de perseguição dos latifundiários da região, recebendo intimidações e ameaças até ser assassinado em 1983. Os acusados por sua morte foram julgados, mas absolvidos.
A palavra que leva o nome do espetáculo, TEKOHA. “Teko” significa modo de estar, sistema, lei, hábito, costume. Tekoha, refere-se à terra tradicional, troca de informações, espaço convivência guarani. É no Tekoha que o guarani vive o seu modo de ser.
Vídeo do encontro de marças com o Papa João Paulo II.

Rio Grande do Sul.

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