2º Regimento de Cavalaria Mecanizada Exército Brasileiro

O 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado (2º R C Mec), sediado em São Borja (RS), é mais do que uma unidade militar: é a materialização viva de uma tradição histórica e de um espírito coletivo forjado por gerações de combatentes. Sob a denominação histórica de Regimento João Manoel, a tropa carrega, com honra, a memória e os valores legados por seu patrono, o General João Manoel Menna Barreto – um dos heróis militares mais reverenciados da história brasileira.

A simbologia militar, conforme aponta Maurice Halbwachs (1990), constrói a memória coletiva de uma instituição e de seus membros. No caso do 2º R C Mec, essa memória é fortemente alicerçada nos feitos heroicos do patrono, cuja trajetória representa o ideal do soldado comprometido com a pátria, a ordem e a missão. A presença da Cruz Grande, altiva e secular, é um elemento simbólico que orienta o caminho do dever e da disciplina, reforçando os vínculos entre passado, presente e futuro.


O Patrono: João Manoel Menna Barreto

Nascido em 24 de janeiro de 1824, em Porto Alegre (RS), João Manoel ingressou no Exército Brasileiro como voluntário em 1839, ainda durante o conturbado período da Revolução Farroupilha. Participou da pacificação do Rio Grande do Sul e teve papel destacado nas campanhas da Tríplice Aliança contra o ditador argentino Rosas e, posteriormente, contra Oribe e os paraguaios. Sua figura cresceu em relevância especialmente durante a Guerra do Paraguai (1864–1870), conflito no qual consolidou sua reputação de bravura.

No episódio decisivo de 10 de junho de 1865, no Combate de São Borja, coube a João Manoel conter o avanço paraguaio, assegurando a soberania brasileira em solo gaúcho. Seu desempenho culminaria com feitos ainda maiores em 1868, ao conquistar as trincheiras do Piquisiri, capturando mais de 30 canhões paraguaios sob as ordens do Duque de Caxias – um feito digno de exaltação nos anais militares. Sua morte, em combate, na batalha de Peribebuí, em 12 de agosto de 1869, consagrou-o como um dos mártires militares da nação.

A ordem do dia do Exército Nacional, em referência à sua morte, não apenas lamentava a perda de um grande comandante, como reconhecia sua imortalização na história militar brasileira – conceito trabalhado por Pierre Nora (1984) como “lugares de memória”, onde o herói não apenas viveu, mas se tornou símbolo de virtudes e identidade institucional.


A Herança Simbólica do 2º R C Mec

O 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado herda, do antigo 6º R C, não apenas as tradições, mas um ethos militar profundamente enraizado no regionalismo e na bravura gauchesca. A história da Cavalaria no Exército Brasileiro é marcada por sua agilidade, prontidão e valor em combate – traços que se fundem com os ideais do gaúcho tradicional: o homem de campo, o guardião da fronteira, o defensor do lar.

Segundo Durkheim (1912), os rituais e símbolos são essenciais para a coesão social. No ambiente militar, isso é ainda mais evidente: os ritos de passagem, a reverência à bandeira, os hinos, os brasões e as denominações históricas reforçam o sentimento de pertencimento a uma coletividade disciplinada e voltada ao bem maior – a pátria.

Assim, o Regimento João Manoel transcende a sua função operacional. Ele é um espaço de memória, formação de identidade e transmissão de valores, especialmente em uma região fronteiriça onde o papel do Exército Brasileiro continua sendo vital para a soberania, a integração social e o desenvolvimento cívico.


O 2º Regimento de Cavalaria Mecanizado é, em essência, a continuidade viva da bravura de João Manoel Menna Barreto. Seus feitos heroicos ecoam na formação de cada novo soldado, reforçando o compromisso com a disciplina, a coragem e a defesa da pátria. A história do Regimento João Manoel é também a história de um povo que valoriza a memória, a honra e o dever – elementos que compõem o pilar simbólico da identidade nacional e militar brasileira.

Empreendimentos

ACISB - Associação de Comércio e Industria de São Borja

Horário: 8.00h as 12h - 13.30h as 18h, Sábado: 8h às 12h. Com nome de Praça do Comércio, em 06 de março de 1908 foi fundada a entidade que hoje é chamada de Associação Comercial, Industrial, de Prestação de Serviços e Agropecuária de São Borja – ACISB. Somos uma entidade civil sem fins lucrativos cuja missão é representar as empresas de São Borja, de todos os portes e segmentos, prestar-lhe apoio ...