Turista com 1,5% de visão percorre 335km pelas missões

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Percorrer 335km a pé já  pode ser considerada uma grande conquista. Quando se percorre esse trajeto com apenas 1,5% de visão e sozinha, esse percurso pode ser considerado uma superação e tanto. 
A psicóloga e professora aposentada Leila Silva é de São Paulo e tem 53 anos e à dez, ao se aposentar por conta do agravamento de sua perda de visão, começou a estudar mais sobre hábitos que poderiam a ajudar a conviver melhor com o seu problema. “Foi então que descobri a caminhada, a prática desse tipo de exercício libera uma substância capaz de tornar minha visão um pouco mais nítida por algumas horas,” lembra Leila. Além disso um cardápio composto por uma dieta mediterrânea que, segundo ela, a auxilia na retardação do processo de denegrição da retina. 
E foi essa busca por conseguir enxergar melhor por algumas horas e a sensação de felicidade que esse feito provoca nela que Leila veio de São Paulo para Santo Ângelo com o objetivo de percorrer as cidades da região a pé. “Iniciei a caminhada no dia 12 de janeiro em São Nicolau e cheguei em Santo Ângelo no dia 19 de janeiro”, conta.
O rio Uruguai estava cheio, por conta disso Leila foi impedida de percorrer o trajeto de São Borja até São Nicolau. No dia 20 Leila foi até a cidade de São Borja de ônibus e percorreu o caminho até São Nicolau a pé.
A caminhada, segundo Leila, foi feita com o auxílio de dois bastões nórdicos – similares ao do esqui – onde os braços são apoiados nos bastões que, por sua vez, ficam presos no pulso com uma cordinha para evitar que escorreguem. “Esse equipamento divide o peso, é como se estivéssemos andando sobre quatro pés”, avalia.
Leila afirma que já havia feito uma caminhada semelhante em maio de 2014, “Percorri o trajeto de Águas da Prata – MG até a cidade de Aparecida do Norte – SP, foi um trajeto difícil, pois pegamos uma região montanhosa. Percorremos 322km”, afirma. Com o total apoio da família, Leila retornou para casa nesta terça-feira, 27, com a bagagem cheia de boas lembranças e experiências inesquecíveis.
Após o percurso completo nas estradas missioneiras, Leila retorna com a sensação que vai muito além de um objetivo alcançado, “Peregrinar é uma forma de orar com os pés. O peregrino percebe que não precisa de muito para sobreviver. Minha pouca visão não me impede de realizar meus sonhos”, afirma. 

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