A história da bombacha

A história da bombacha é um dos fatores importantes de nossa cultura gaúcha.
O tradicionalismo costuma dividir a história da pilcha masculina em quatro fases: chiripá primitivo, braga e chiripá, chiripá farroupilha e, finalmente, bombacha.
Quando portugueses e espanhóis colonizaram o pampa, a vestimenta padrão passou a ser o chiripá indígena, também chamado chiripá primitivo ou chiripá-saia: traje simples, um tecido retangular de couro cru ou algodão que ia até os joelhos, amarrado à cintura e preso por uma tira de couro.
O contato com os ibéricos incluiu outros elementos à roupa indígena, como a guaiaca presa à cintura.
O chiripá-saia foi usado por muitos anos pelos peões, enquanto os estancieiros, conforme enriqueciam, passaram a adotar roupas europeias.
Uma delas foi a braga – calções largos acompanhados de ceroulas de crivo, uma espécie de calça branca justa com franjas finas na barra.
No período da Guerra dos Farrapos, o chiripá indígena foi adaptado pelos gaúchos para facilitar a montaria – assim, o tecido, maior, foi passado entre as pernas e amarrado, ficando como um fraldão.
Também conhecido como chiripá-fralda, geralmente era acompanhado das mesmas ceroulas de crivo, e foi uma criação pampeana legítima.
O chiripá farroupilha foi usado entre 1820 e 1865, foi então que entrou a bombacha.
A história da chegada da bombacha até o sul da América não é precisa, mas alguns pesquisadores procuraram refazer sua trajetória através do tempo.
Existe mais de uma versão, e uma delas está ligada à invasão árabe à Península Ibérica, no século VIII: os mouros trajavam bombachas e este hábito foi incorporado pelos nativos, já que o domínio da região durou 600 anos. Assim, a vestimenta teria chegado ao pampa através dos colonizadores, especialmente os espanhóis da região de La Maragateria, ao norte do país.
A uma probabilidade para que seja de origem arabe, mas a mais provável é que seja de origem turca.
Nessa segunda versão, mais aceita, a bombacha fez seu caminho através de duas guerras: a guerra da Crimeia (1853-1856) e a guerra do Paraguai (1864-1870).
Na Crimeia, ingleses, franceses, sardenhos e turcos uniram-se contra a expansão do Império Russo.
A industria britânica, com sua produção têxtil, confeccionou bombachas para os aliados turcos durante todo o conflito e ficou com um enorme excedente quando este acabou.
Com o início da guerra contra o Paraguai, os ingleses, apoiadores da Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai), venderam aquelas bombachas para os exércitos no Rio da Prata.
Ao voltarem para casa, os militares sulinos levaram consigo o novo traje – que se adaptava perfeitamente ao clima temperado e tornava as cavalgadas muito mais confortáveis.
De traje militar passou a ser um traje civil que se incorporou ao cotidiano sul-americano.
No início, a bombacha só era usada por peões no trabalho nas estâncias, mas logo foi adotada pelos mais ricos, já que se adequava ao estilo de trabalho e de vida predominante no RS.
Entre o fim do século XIX e o XX, o gaúcho começou a sair da margem, num processo nacional de valorização do homem regional.
A bombacha, seu traje diário, foi valorizada junto com ele.
Nos anos 1940-50, principalmente, o homem campeiro virou símbolo da regionalidade cultural, e o Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) difundiu a bombacha como traje identitário do gaúcho rio-grandense.
Assim a bombacha pode ser larga ou mais estreita, com ou sem favos (chamados “de mel” ou “de abelha”), de brim, linho, algodão, tergal ou outro tecido – mas sempre com punho abotoado no tornozelo.
De acordo com especialistas existem particularidades em cada região: na fronteira, elas costumam ser bem largas e com favos, chamadas também “de dois panos”; no Planalto Médio e Missões, são médias, nem muito largas, nem muito justas; no litoral e na Serra, são estreitas, quase calças-bombachas, conhecidas também como bombachas campeiras.
Geralmente são usadas com botas altas, botas sanfonadas ou alpargatas.
Em 1989, a indumentária gaúcha passou a ser considerada traje oficial e social do Rio Grande do Sul através da Lei Estadual da Pilcha, nº 8.813, desde que seguidas as recomendações do MTG.
Mas, quando saem das bailantas e cavalgadas e entram no ambiente urbano (coisa cada vez mais comum), as bombachas são adotadas por homens e mulheres, indiscriminadamente, preocupados apenas em valorizar a cultura daqui.
Fonte:

Empreendimentos

O Pássaro Cardeal, “O Guerreiro dos Pampas”.

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